quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Perfect Circle - [2000] Mer de Noms


O A Perfect Circle foi formado em 1999 por Maynard James Keenan, vocalista do grandioso Tool e do não-tão-grandioso assim Puscifer e pelo guitarrista Billy Howerdel. Além desses grandes nomes, já passaram pelo grupo os não menos geniais Troy Van Leeuwen, conhecido por seu trabalho no Queens Of The Stone Age, James Iha, ex-guitarrista dos Smashing Pumpkins e Josh Freese, talvez o mais monstruso baterista que tenha passado pelo Nine Inch Nails. Geralmente não dou muita bola para estes super-grupos, mas no caso do A Perfect Circle conseguiram fazer algumas obras memoráveis. E é o caso deste trabalho em questão, o disco de estréia Mer De Noms. O disco, aliás, teve grande vendagem, atingindo a 4ª posição na Billboard 200, feito inédito para um debut. Como todos os trabalhos do Tool, a marca de Keenan é claríssima no disco: trata-se de um trabalho extremamente pessoal e intimista, a começar pelo nome do disco: "mar de nomes". Quase todas as canções são direcionadas a pessoas conhecidas pelo vocalista.
Logo na primeira faixa (The Hollow) percebe-se que o disco foge bastante da absurda complexidade presente em todos trabalhos do Tool, tornando o APC uma banda muito mais fácil de se "digerir" nas primeiras audições. O que não quer dizer que as músicas sejam simples - o disco é recheado por excelentes linhas de bateria, um baixo marcante, guitarras muito bem trabalhadas, e a cavernosa (e poderosa) voz de Maynard Keenan. Em linhas gerais, é um disco que pode causar um certo estranhamento para fãs de Tool, por ser um trabalho menos obscuro e com menos "subliminaridades", além de deixar de lado a abordagem psicológica sempre ali presente, tendo até um certo apelo comercial, mas sem deixar de lado a qualidade. Para não iniciados, recomendo a audição de Magdalena e Judith, que são uma boa introdução para este belíssimo trabalho que é absolutamente essencial para todos aqueles que acreditam que música de qualidade ainda tem espaço no mundo.

domingo, 22 de maio de 2011

Mogwai - [2011] Hardcore Will Never Die, But You Will


Disco recém-lançado (menos recém-lançado do que eu pensava, saiu em Fevereiro) dessa grande banda de Glasgow, Escócia. O nome Mogwai, para quem não sabe, foi retirado do filme ultra clássico Gremlins, de Joe Dante, e significa fantasma, em chinês. É difícil descrever o som de bandas instrumentais, principalmente quando se trata de uma banda de post-rock. O som do Mogwai em alguns casos sequer pode ser descrito como música, no sentido tradicional da palavra... penso que o termo "soundscape" caiba muito bem ao que o quinteto faz. Sei que não é algo para se ouvir o dia todo, mas se encaixaria perfeitamente como uma trilha sonora para a vida. Ouvir Mogwai enquanto se anda na rua torna tudo uma experiência quase cinematográfica. Apesar dos vários elementos eletrônicos em seu som (como na ultra viajante Mexican Grand Prix), o que temos aqui é um disco fantástico, atemporal e tocante. Música para os ouvidos, alma e mente, recomendado para metaleiros, stonerzeiros, eletroniqueiros e outros "eiros".


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Taylor Hawkins & The Coattail Riders - [2010] Red Light Fever


E aí meus queridos, tudo certo? Mesmo que eu tenha dito o contrário, sei que demorei MUITO para tomar vergonha e atualizar o blog, mas, whatever. A preguiça é maior. Vou seguir por aqui um caminho um pouco diferente do Fuelforamav, fazendo reviews mais enxutos e rápidos, esmiuçando menos as músicas e tratando os discos de maneira mais geral. Bom para os que tem preguiça de ler, além de não estraga algumas surpresas.

Vocês devem saber quem é Taylor Hawkins, certo? Para os menos informados, é o excelente baterista do Foo Fighters. Neste projeto paralelo (que já havia rendido um disco em 2006, que logo mais posto por aqui), além das baquetas, Taylor também é responsável pelos vocais. E diga-se de passagem, o cara manda muitíssimo bem. O disco circula ali entre o pop rock e os experimentalismos de forma magistral, com fortes referências ao som do Foo Fighters (não me diga!), Queens Of The Stone Age, Beatles e Queen. Entretanto, estas referências - as vezes muito fortes - não retiram da banda sua forte personalidade. Pelo contrário, temos aqui um disco extremamente criativo, com letras e temas bastante grudentos e cantantes, mas de uma complexidade musical pouco vista dentro do Pop, seja pelas inúmeras sobreposições de camadas de guitarra (assim como o grande Brian May, no Queen - que aliás, não raramente faz aparições ao lado de Dave Grohl e cia, e, não diferente, faz no disco algumas participações, ao lado de seu parceiro de Queen, Roger Taylor) ou pelas variações nos tempos das músicas, além das dissonâncias e solos malucos.

O interessante é que o disco serve muito bem para ser ouvido nas duas formas de se ouvir um disco - se é que essa frase fez algum sentido -. É um disco bastante agradável de "ouvir por ouvir", enquanto você faz nada no facebook, orkut, twitter, etc, etc. Mas, se ouvido com mais atenção, se revela um disco até que bastante complexo, cheio de texturas e timbres diferentes, citações musicais (em músicas que passam de um punk rock frenético a um solo que poderia muito bem estar presente no disco Jazz, do Queen, ou na faixa Way Down, que começa com aquele climão yeah yeah yeah dos Beatles, caindo num refrão robot-rock-bate-estaca que não decepciona Josh Homme, que também poderia ter composto e tocado Sunshine, além de uma faixa entitulada James Gang), intercalando canções mais calminhas, baladeiras e músicas mais rápidas.

Confesso que, mesmo tendo baixado o disco logo que este foi lançado, demorei alguns meses para ouvi-lo. Espero que não cometam o mesmo erro, pois este é um dos melhores lançamentos do ano de 2010. E logo mais escreverei sobre o novo do Foo Fighters, Wasting Light, que você provavelmente já baixou. Mas leia, mesmo assim.